Os caminhos que levam à reforma tributária

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RODOLFO COSTA

A possibilidade de um desgaste entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara (DEM-RJ), Rodrigo Maia, não é uma preocupação para empresários dos setores de comércio e serviços.

Bem articulados tanto na equipe econômica quanto no Congresso, presidentes de associações empresariais afirmam que a reforma tributária que tramitará nas duas Casas tem o toque de três dos principais economistas em sistema tributário: o diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy; Eurico de Santi, professor de direito tributário da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e também diretor do CCiF; e o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra.

A pessoas próximas, Maia tem dito que a reforma tributária que tramitará na Câmara será a proposta de Appy, e não a do secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, que vem elaborando uma reforma pela equipe econômica. As declarações despertaram dúvidas na equipe econômica sobre como seria a reação de Guedes e até que ponto isso poderia abalar o bom relacionamento entre os dois na articulação política pela aprovação da reforma da Previdência.

Nos bastidores, o discurso é o de que Cintra é quem está pilotando a reforma tributária alinhado a Santi, que é próximo a Appy. Os dois diretores do CCiF, inclusive, se reuniram nesta quinta-feira (4/4) em São Paulo com o secretário especial de Previdência e Trabalho do ministério da Economia, Rogério Marinho.

A costura entre os três procura construir um texto uníssono. Ou seja, a reforma tributária a tramitar na Câmara teria aval de ambos. “Essa possibilidade de atrito entre Maia e Guedes é tudo bolha. Os dois estão muito sintonizados, e seus auxiliares econômicos também”, diz um presidente de uma associação comercial.

Brasília, 16h58min

Vicente Nunes