O Banco Central tenta explicar hoje por que as taxas de juros cobradas de empresas e consumidores são tão altas no país. Não há um só ser que consiga entender como os bancos têm a coragem de cobrar encargos que passam de 400% ao ano.
Discurso furado
» As instituições financeiras alegam que boa parte do spread bancário (a diferença entre o que pagam aos investidores e o que cobram dos devedores) decorre da elevada inadimplência. Nada mais falso.
Margem de lucro
» Dados do BC mostram que, em dezembro de 2014, a inadimplência geral do crédito com recursos livres estava em 4,3%. No encerramento do ano passado, esse índice havia cravado 5,7%. No mesmo período, o spread saltou de 25,3 para 40,2 pontos percentuais. Ou seja, subiu muito mais que o calote.
BC reforça excessos
» Outro dado do BC reforça os excessos cometidos pelos bancos. A taxa de captação, que eles pagam ao pegar dinheiro no mercado para repassar por meio de empréstimos, era de 12,3% ao ano em dezembro de 2014 e, depois de uma ligeira alta, fechou o ano passado nos mesmos 12,3%.
Sem parâmetro no mundo
» Para o presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, Manuel Enriquez García, o spread bancário no Brasil é inaceitável. “Não há nenhum lugar do mundo em que essa taxa seja tão elevada”, afirma.
Brasília, 00h01min