As propinas pagas pela construtora Odebrecht derrubaram o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, 79 anos. Jornais locais dizem que ele apresentou sua renúncia ao Congresso nesta quarta-feira, 21. Ele é acusado de receber recursos ilegais da empreiteira brasileira que, no Brasil, liderou o maior esquema de corrupção da história, ao saquear a Petrobras.
A renúncia de PPK, como ele é conhecido no Peru, ocorre às véspera de uma votação de impeachment, diante de alegações de compra de votos que abalaram o governo de centro-direita. PPK está no cargo há um ano e sete meses. O anúncio oficial à nação deve ocorrer ainda na tarde desta quarta-feira.
No Brasil, o ex-presidente Lula, também abatido pelas denúncias de corrupção da Odebrecht, tenta fugir da prisão. Na quinta-feira, 22, O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará o pedido de habeas corpus do petista, depois de muita pressão sobre a presidente da Corte, Cármen Lúcia.
No Peru. também na quinta-feira, o Congresso votará o pedido de renúncia de PPK. Deve assumir o posto mais alto do país o primeiro vice-presidente, Martin Vizcarra. Há dois vice-presidentes no país.
A crise enfrentada por PPK começou com a operação Lava-Jato, que detonou investigações em diversos países da América Latina e da África envolvendo a Odebrecht. A empreiteira assumiu que subornou governos locais para garantir contratos de obras públicas.
Em dezembro de 2017, PPK já poderia ter caído, mas conseguiu se manter no cargo graças ao apoio do Congresso, que não deu os votos suficientes para o impeachment dele. PPK acreditava que havia se livrado de novas acusações. Mas as denúncias de que teria comprado apoio de deputados, sobretudo de integrantes do partido dominado pela família Fujimori, acabaram detonando uma nova crise.
No Peru, outro ex-presidente, Ollanta Humala, foi preso, acusado de receber recursos ilegais da Odebrecht. A empresa apresentou uma série de provas com os repasses ao peruano
Brasília, 15h58min