OCDE defende ações coordenadas globais similares a um Plano Marshall

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ROSANA HESSEL

O secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurría, fez um apelo para os governantes agirem rapidamente e de forma coordenada para conter os efeitos da pandemia da Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, e, assim, evitar uma recessão global prolongada.

Em artigo publicado na página da entidade, Gurría classificou acrise como “circunstâncias inesperadas e desafiadoras”, e pediu respostas rápidas e coordenadas nos níveis ao do Plano Marshall, realizado após a Segunda Guerra Mundial para a reconstrução da Europa.

“Precisamos de um nível de ambição semelhante ao do Plano Marshall, que criou a OCDE, e uma visão semelhante à do New Deal, mas agora em nível global”, destacou o secretário-geral. O New Deal foi o programa de reestruturação dos Estados Unidos coordenado pelo então presidente Franklin Roosevel após a Grande Depressão de 1930.

Gurría reforça no texto que a pandemia é severa e que a crise de saúde não tem precedentes, testando a capacidade de resposta para conter a intensidade dos choques econômico, financeiro e social. Segundo ele, a OCDE vai canalizar seus esforços no apoio imediato aos formuladores de políticas que combatem a crise, lançando imediatamente um novo centro de políticas online. “A pandemia de coronavírus é uma crise de saúde pública sem precedentes na memória viva e também está desencadeando uma grande crise econômica”, afirmou.

De acordo com secretário, somente um esforço considerável, credível e coordenado internacionalmente pode lidar com a emergência imediata de saúde pública, amortecer o choque econômico e desenvolver um caminho para a recuperação.” Devemos tomar cuidados especiais para apoiar os mais vulneráveis ​​em sua saúde e em sua vida cotidiana. Tudo deve ser feito para ganhar a confiança dos cidadãos, que sentiram as fraquezas em nossas economias antes de tudo isso começar”, escreveu.

Entre as medidas sugeridas por Gurría, destacam-se os cuidados com a saúde, com testes extensivos e tratamento para todos os pacientes, independentemente de eles estarem segurados ou não; o apoio aos profissionais de saúde, recrutamento dos aposentados, protegendo os grupos de alto risco e o fornecimento de máscaras, UTIs e respiradores.  “Tudo deve ser feito para restaurar a confiança. Embora a chave para isso seja controlar o surto de vírus, também ajudaria a resolver os fatores que estavam minando a confiança, mesmo antes da Covid-19 aparecer em cena, inclusive removendo as restrições comerciais”, escreveu.

Vicente Nunes