O governo de Michel Temer está saindo pior do que a encomenda. Há mais de dois meses no cargo, sabendo que o país teria pela frente às Olimpíadas no Rio de Janeiro, nada fez para evitar o vexame que estamos assistindo. A recusa da delegação da Austrália em se hospedar nos alojamentos da Vila Olímpica por considerá-los “inabitáveis” é mais um exemplo do descaso do Palácio do Planalto.
Diante do tamanho da missão que o Brasil tem pela frente, esperava-se que Temer tomasse as rédeas para evitar transtorno e queimação da imagem do país. Mas, não. Preferiu se acastelar e adoçar a boca dos que lhe chantageiam de olho nos cargos públicos em troca da aprovação definitiva do impeachment de Dilma Rousseff.
Temer deveria ter chamado para si a responsabilidade. Certamente, teria chances de se mostrar um bom gestor, capaz de conduzir o país em um momento tão complicado. Contudo, como sempre acontece, delegou todo o serviço a incompetentes, que estão mais interessados em garantir ingressos para a primeira fila dos jogos, sobretudo para a festa de abertura das Olimpíadas.
Os defensores de Temer dizem que a organização das Olimpíadas é de responsabilidade da prefeitura do Rio e do Comitê Rio 2106. E que o mais importante o governo federal está fazendo: garantir a segurança do evento. Mas, convenhamos, a maior parte do dinheiro que foi colocado nas obras para os jogos partiu de Brasília. Sem o suporte financeiro da União, pouco teria saído do papel.
Portanto, o mínimo que Temer deveria fazer é cobrar eficiência, exigir que tudo saia a contento. De nada adianta jogar a culpa nos organizadores. O governo federal já vinha falhando com Dilma e continua prevalecendo o descaso com o interino. Talvez esse termo seja uma arma do peemedebista para tentar se livrar das responsabilidades. Mas será difícil para todos, inclusive para Temer, fugirem da pecha de incompetentes.
Bradília, 15h01min