O mais lembrado por Guedes

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ROSANA HESSEL

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, pode ter descido um degrau na escala hierárquica na nova configuração do Ministério da Economia, mas é sempre lembrado com deferência nos discursos do ministro Paulo Guedes. Durante sua fala na cerimônia de transmissão de cargo do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Guedes sugeriu que Mansueto fosse o presidente do Conselho Fiscal, uma espécie de colegiado que funcionaria como o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, que decide sobre os juros e que se reúne periodicamente.

“Eu gostaria que a reunião do Conselho Fiscal da República fosse mais importante que a do Copom e que ele fosse presidido pelo Mansueto Almeida”, afirmou Guedes, sugerindo que a classe política monitorasse se governadores e prefeitos estão cumprindo as metas fiscais por meio das atividades desse conselho. Antes, o chefe da secretaria do Tesouro respondia diretamente ao ministro da Fazenda, e, agora, está subordinada à secretaria especial de Fazenda, comandada por Waldery Rodrigues.

Ao defender uma maior importância para área fiscal com um conselho com status de Copom, Guedes jogou luz para o fato de que a questão fiscal é o ponto que precisa ser atacado para a sustentação do tripé macroeconômico, que consiste em inflação na meta, câmbio flutuante e o fiscal equilibrado, com superavit primário para pagar os juros da dívida pública. Vale lembrar que, desde 2014, as contas da União fecham no vermelho. Não à toa, o ministro reforçou a importância do equilíbrio das contas públicas, e, para isso dependerá do avanço das reformas. Ele, inclusive, voltou a citar que as duas maiores despesas do orçamento hoje são Previdência e juros, que equivale a “um Plano Marshal por ano”, citando o pacote de US$ 100 bilhões para reconstruir a Europa após a Segunda Guerra Mundial.

Vicente Nunes