O incômodo JBS

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Gente decente que trabalha no setor público anda se perguntando o que o governo fará com o grupo JBS, caso seja levada adiante a proposta de transferência de sua sede para a Irlanda. O grupo, do qual fizeram parte o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e seu secretário de Política Econômica, Carlos Hamilton, quer fugir dos impostos pagos no Brasil. A proposta prevê a criação da  JBS Foods International,, cujas ações serão listadas na Bolsa de Nova York.

O JBS entrou de vez na Operação Lava-Jato. Na semana passada, a Polícia Federal fez buscas e apreensões na casa de seu presidente, Joesley Batista. Uma das empresas do grupo, a Eldorado Celulose, pegou R$ 940 milhões emprestados do FI-FGTS, fundo de investimentos bancado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Desse total, R$ 9,4 milhões teriam sido pagos em propina ao deputado afastado Eduardo Cunha.

O grupo JBS é um dos maiores doadores de recursos para campanhas políticas. Também se notabilizou por crescer com a ajuda de recursos públicos. O grupo foi escolhido pelo então presidente Lula como um dos campeões nacionais. Estima-se que tenha recebido mais de R$ 12 bilhões de bancos federais.

Brasília, 16h15min

Vicente Nunes