RODOLFO COSTA
O presidente Jair Bolsonaro é o “homem dos generais” no governo. Mas, no Congresso, essa alcunha pertence ao deputado Fausto Pinato (PP-SP), presidente da Comissão de Agricultura da Câmara. É assim que alguns parlamentares, incluindo membros do próprio partido, o apelidaram. Nas reuniões de bancada ou entre amigos no Congresso, ele é cumprimentado por alguns até com continência, em referência à amizade e bom convívio com militares do governo.
O parlamentar tem sido uma figura presente no Palácio do Planalto desde o início da gestão. Muito próximo do general Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, foi o último parlamentar a se reunir com o militar antes da demissão. O relacionamento se mantém na pasta. Nesta sexta-feira (12/7), foi recebido pelo atual titular, Luiz Eduardo Ramos, general quatro estrelas do Exército. A circulação do deputado no Planalto, no entanto, alcança outros ministérios.
O bom trânsito também é notado no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), pasta comandada por Augusto Heleno, outro general. Na vice-presidência, o bom relacionamento com o general Hamilton Mourão é igualmente perceptível. Não é para menos. Pinato, presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, organizou um jantar no início de junho em celebração à viagem do vice para a China, quando participou da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação (Cosban).
A relação de Pinato também era boa com o general Floriano Peixoto, atual presidente dos Correios e ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral. O único ministro palaciano com quem o “homem dos generais no Congresso” não se dá bem é com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. “Ali, quanto mais distância, melhor”, diz um assessor do parlamentar.