O descaso com pacientes que precisam de medicamentos de alto custo

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MARLLA SABINO

Quem depende de medicamentos de alto custo e de uso específico no Distrito Federal tem que enfrentar, em média, 4 horas de fila pra conseguir os remédios. Isso na melhor das hipóteses, pois tem muita gente voltando para casa, pois há falta de vários medicamentos. Há casos de pessoas que estão há mais de um mês sem acesso aos remédios.

As filas na farmácia de alto custo do Governo do Distrito Federal (GDF) que funciona na estação do Metrô da 102 Sul começam a se formar antes das 6h da manhã. Há pessoas que chegam antes das 4h e voltam para a casa frustradas, sem a garantia de quando terão acesso aos medicamentos que tanto precisam.

Fotos: Maisa Moura/ Especial/ CB Press

O atendimento começa às 8h, mas quem chegou ontem às 5h30 só conseguiu ser atendido próximo das 10h. O pior é o mau humor e a falta de informação por parte dos servidores encarregados do atendimento. Acham que estão fazendo um grande favor à população.

A piora no atendimento é resultado da falta de funcionários e o do fechamento da farmácia que  funcionava em Taguatinga, obrigando os usuários a se deslocarem para o Plano Piloto. E não há perspectivas de melhora nesse quadro tão cedo.


Por falta de funcionários, o atendimento na farmácia da 102 Sul ficou concentrado em uma única fila, seja para renovação da autorização para recebimento do medicamento, seja para a retirada da medicação. Isso fez com que as pessoas que já renovaram a autorização, que é trimestral, fiquem horas na fila.

Antes, a retirada de medicamento, em dias normais, levava 20 minutos. Mas os serviços foram piorando numa velocidade muito grande diante do descaso do GDF com os pacientes que precisam desses remédios de alto custo. Não se pode esquecer que esses medicamento são comprados com impostos pesadíssimos pagos pela população. No mínimo, o retorno desses tributos deveria ocorrer por meio de serviços de qualidade.

Brasília, 11h20min

Vicente Nunes