Não há dúvidas de que o nível do debate econômico dentro do Ministério da Fazenda vai melhorar com a equipe nomeada por Henrique Meirelles. É impossível pensar que, com Carlos Hamilton, Marcelo Caetano e Mansueto de Almeida, serão repetidos os erros de avaliação que levaram o país à profunda recessão e ao desemprego que pode chegar a 14% neste ano. O mesmo se pode dizer do Banco Central, com Ilan Goldfajn à frente da instituição.
Hamilton, Caetano e Mansueto sempre se mostraram extremamente críticos em relação às manobras contábeis executadas no governo de Dilma Rousseff. Eles têm a exata noção da gravidade da situação das contas públicas, a base de todos os problemas econômicos que o Brasil enfrenta. E, claro, da Previdência Social, que está à beira da falência. Não há soluções fáceis para a equipe de Meirelles. Tomara o ministério não ceda a pressões políticas nem às corporações que não querem abrir mão de privilégios.
Os investidores sabem que ainda será preciso uma longa caminhada até que se tire a cabeça do atoleiro. O fato, porém, de se ter na equipe da Fazenda técnicos graduados, com conhecimento profundo da situação das contas públicas, dá um novo alívio aos agentes econômicos. E facilita a sintonia com o Banco Central, o que nunca se viu em todo o governo Dilma. O prazo, porém, para mostrar resultados será curto. As medidas terão que vir rápido. Não há tempo a perder.
Meirelles parece entender os anseios dos agentes econômicos. Ao apresentar parte de sua equipe, foi enfático: “Vamos devagar, que estou com pressa”. O país não pode esperar. Os erros na economia foram tantos nos últimos anos, que não há mais paciência para promessas vazias. É hora de trabalhar. E, sobretudo, de se evitar, ao máximo, o aumento de impostos. Essa deve ser a última das medidas a ser tomada. O governo já suga recursos demais da sociedade e oferece muito pouco em troca.
Brasília, 09h35min