Ele pretende fortalecer o BNDES para atuar em áreas que considera prioritárias: pequenas empresas, infraestrutura, inovação e comércio exterior, além de aprofundar o relacionamento com a iniciativa privado.
Dyogo também ressaltou a Temer que o BNDES terá que atuar com recursos próprios, mesmo que isso exija buscar captações externas e internas. Para o novo presidente do banco, ficou para trás a dependência dos subsídios do governo.
O BNDES, por sinal, terá que devolver uma fortuna ao Tesouro Nacional até o fim do ano, como forma de evitar que o governo descumpra a tal regra de ouro, que proíbe a emissão de dívida para pagamento de despesas correntes, como salários de servidores.
No total, o BNDES terá que devolver R$ 130 bilhões do Tesouro, dos quais R$ 33 bilhões devem ser repassados nos próximos dias. Com Dyogo à frente do banco, ficará mais fácil para o governo botar a mão nessa bolada.
Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES, vinha dificultando ao máximo a vida do Tesouro. Ele usava o seu poder para fustigar o quase ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, seu desafeto. Os dois devem concorrer à Presidência da República.
Dyogo à frente do BNDES e Esteves Golnago no Ministério do Planejamento representam uma vitória do senador Romero Jucá sobre Meirelles. O ministro queria emplacar o secretário de Acompanhamento Fiscal da Fazenda, Mansueto Almeida, no lugar de Dyogo.
O próprio Temer não se entusiasmou com o nome de Mansueto para o Planejamento. Bastou, portanto, Jucá apresentar seus argumentos para que Meirelles, que se filiará ao MDB nesta terça-feira, 3, fosse derrotado.
Meirelles queria sair para se candidatar, mas manter total controle sobre a equipe econômica. Terá de se contentar com Eduardo Guardia como seu substituto.