HAMILTON FERRARI
As pesquisas de intenção de voto das eleições presidenciais estão deixando os investidores inquietos. O dólar, que rompeu a barreira dos R$ 4 nesta terça-feira (22/8), subiu ainda mais nesta manhã, chegando a R$ 4,09. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), esteve em queda durante toda a manhã, mas passou a registrar alta depois da abertura dos negócios em Nova York.
Às 12h, a moeda norte-americana estava em R$ 4,085, após avanço de 1,21%. O Ibovespa subia 0,64%, cotado aos 75.659 pontos. Mesmo com a sexta alta consecutiva, o Banco Central (BC), até então, não interveio no mercado para segurar o câmbio.
Há um grande desânimo entre os investidores quanto as pesquisas de intenção de votos. Desde segunda-feira (20/8), as pesquisas Ibope, CNT e Datafolha mostraram que Geraldo Alckmin (PSDB) está longe do segundo turno. Preferido pelo mercado, o tucano é visto como o principal nome para dar continuidade à agenda de reformas e ajuste fiscal. Ele corre com cerca de 9% das intenções de voto, atrás de Jair Bolsonaro (22%), Marina Silva (16%) e empatado com Ciro Gomes (10%).
Mais do que isso, começa-se a precificar Bolsonaro (PSL) como um provável concorrente na próxima fase do pleito. Apesar de ser de direita e apoiado por parte do mercado, alguns agentes ainda são céticos quanto à fidelidade do candidato com a agenda de reformas e ao discurso de austeridade fiscal.
Alguns analistas acreditam que Alckmin só terá um desempenho melhor nas pesquisas quando começar o horário eleitoral gratuito. O tucano é o candidato que tem maior tempo de televisão, fator que é fundamental para o apoio dos eleitores. “Geraldo Alckmin ficará parado neste patamar por mais um tempo, mas não tem porque não acreditar que não possa melhorar sua posição quando o horário gratuito começar e ele puder usar seu acordo caro com o centrão”, avaliou André Perfeito, economista-chefe da Spinelli Investimentos.
Brasília, 12h12min