Na Ucrânia, o palhaço tirou a maquiagem e se vestiu para a guerra. E no mundo, quem descerá dos palcos?”, pergunta general

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O general da reserva Otávio Santana do Rêgo Barros diz, em artigo publicado no Correio, que não há como um país sério se eximir de tomar um lado diante de uma guerra. Não há essa questão de neutralidade, como vem pregando o presidente Jair Bolsonaro, de quem Rêgo Barros foi porta-voz.

“Governos e sociedades, do meu país e de tantos outros, envolvidos direta ou indiretamente nesse conflito do Leste europeu, não podem eximir-se de tomar um lado. Precisam pôr em marcha a contraofensiva mundial em todos os campos do poder. Assumir uma posição, e assumir logo, ou não terão mais razão para defender os argumentos de suas diplomacias. Pois não haverá mais o que defender”, ressalta.

Para ele, ironias como as de Bolsonaro em relação ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não fazem sentido. O chefe do Executivo brasileiro, ao comentar a invasão da Ucrânia pela Rússia, disse que o povo ucraniano “confiou a um comediante o destino de uma nação”.

Pois Zelensky vem sendo elogiado pelos mais importantes líderes mundiais por sua firmeza e determinação no enfrentamento aos invasores. Diante disse, o general questiona: “Na Ucrânia, o palhaço tirou a maquiagem e se vestiu para a guerra. E no mundo, quem descerá dos palcos?”.

Brasília, 18h55min

Vicente Nunes