Na corte dos juízes, não há economia. Só esbanjamento

Compartilhe

LUÍS NOVA, texto e fotos

Os juízes que brigam pelo auxílio moradia não economizam quando o assunto é a confraternização da categoria. E não por acaso a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) escolheu o Espaço da Corte para a festança da posse, nesta quarta-feira ( 13/06), de seu novo presidente, Fernando Marcelo Mendes.

A suntuosidade da festa espantou muitos dos presentes. A entrada do prédio dava a impressão de que o convidado estava chegando para um casamento real. Tudo era luxuoso, dos guardanapos colocados sobre a mesa aos enfeites do palco que recebeu a nata do Judiciário.

Muitos ficaram se perguntando se realmente era necessário tanto esbanjamento diante do tamanho das crises ética, econômica e política que o país enfrenta. Para os juízes, porém, o mundo real está muito distante. A corte está imune ao desemprego, à falta de salário, a um sistema de saúde ineficiente.

Houve, porém, quem tenha ficado desapontado com a festa. Um grupo de juízes reclamou do bufê, por estar simples. Também houve queixas em relação às bebidas e aos doces. Mulheres desfilando marcas como Lois Vuitton, Chanel e Louboutin acabaram indo embora mais cedo por esperarem uma festa muito acima dos padrões dos simples mortais.

Um dos presentes na festa disse que o evento não tinha dinheiro público. Portanto, os juízes poderiam esbanjar à vontade. O evento foi bancado com recursos das mensalidades que os magistrados pagam para a Ajufe.

Brasília, 21h40min

Vicente Nunes