Que ninguém espere uma debandada geral da diretoria do Banco Central num primeiro momento de um eventual governo de Michel Temer. A tendência é de se repetir o que se viu durante a mudança do governo de Fernando Henrique Cardoso para o de Lula.
Alguns integrantes da equipe de Armínio Fraga ficaram meses na gestão de Meirelles. Foi o caso, por exemplo de Ilan Goldfajn, que ficou quase seis meses sob o comando daquele que poder ser o ministro da Fazenda do peemedebista.
A mudança gradual é uma forma de dar estabilidade ao Banco Central, que tem muitas atribuições. Também é preciso usufruir do conhecimento acumulado, sobretudo para as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Além disso, e mais importante, os próximos diretores, incluindo o presidente, terão que ser sabatinados pelo Senado. Isso, naturalmente, leva tempo, mas é bom lembrar que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que sabatina os indicados, é presidida, atualmente, pela senadora petista Gleisi Hoffmann. Ela pode atrapalhar o processo.
A expectativa dentro do BC é grande. Técnicos da instituição veem com bons olhos a possível nomeação de Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, para suceder Alexandre Tombini.
Brasília, 15h21min