Segundo ela, as seleções realizadas por órgãos públicos, muitos só com vagas de cadastro de reserva, servem apenas para encher o caixa das bancas contratadas para elaborar as provas. Quase ninguém é chamado para preencher os cargos.
Para a procuradora, quem faz concurso quer ter a garantia de que, se aprovado, será chamado para ingressar no setor público. Não é justo, no entender dela, criar expectativas e, depois, frustrá-las, o que tem sido recorrente.
Uma das empresas estatais que mais dão problemas para o Ministério Público do Trabalho quando o assunto é cadastro de reserva é a Caixa Econômica Federal. Mas um acordo fechado entre o banco e o MPT tem resultado no preenchimento das vagas.
Promessa de Guedes
Pelo menos no caso do governo federal, o MPT terá um alívio, já que, mantida a promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes, não haverá concursos públicos pelos próximos anos. Ele afirma que cerca de 40% dos servidores atuais deverão se aposentar nos próximos cinco anos. Eles serão substituídos, em grande parte, pela tecnologia.
Mas, no caso de estados, municípios e estatais, a farra dos cadastros de reserva nos concursos continuará dando trabalho ao Ministério Publico. Há uma proximidade de vários órgãos com as bancas organizadores. Quebrar essas relações movidas a dinheiro leva tempo.
Felizmente, Valesca elegeu o tema como uma de suas prioridades. Criar falsas expectativas num país com mais de 12 milhões de desempregados, com muita gente tentando melhorar de vida, chega a ser criminoso.
Brasília, 10h20min