O vice-presidente Hamilton Mourão se reuniu hoje com representantes dos três maiores bancos privados do país — Itaú Unibanco, Bradesco e Santander. O objetivo foi a formulação de medidas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal, entre elas, o desmatamento zero no setor de carnes. O Brasil é o maior exportador mundial do produto.
No encontro, foram definidos os focos estratégicos de apoio à conservação ambiental e ao desenvolvimento da bioeconomia, além de investimento em infraestrutura sustentável e contribuição para a garantia dos direitos básicos da população, a fim de apoiar projetos de investimento na região amazônica. Foram apresentadas as seguintes medidas:
* Atuar visando o desmatamento zero no setor de carnes, reforçando diligências internas, apoiando a transição e articulando empresas e associações para a criação de um compromisso setorial;
* Estimular as monoculturas sustentáveis (exemplos: cacau, açaí, castanha, óleo de palma) por meio de linhas de financiamento diferenciadas, entre outras ferramentas financeiras e não financeiras;
* Estimular o desenvolvimento de infraestrutura de transporte (exemplo: hidroviário) com metas ambientais, em troca de condições diferenciadas (exemplo: funding, exigências e parceiros);
* Viabilizar investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social, tais como: energia, internet, moradia, saneamento;
* Fomentar projetos que visem o desenvolvimento econômico e a conservação por meio de ativos e instrumentos financeiros de lastro verde, como por exemplo: pagamento por serviços ambientais (PSA), CBIOs e créditos de carbono;
* Incorporar os impactos das mudanças climáticas nas políticas de crédito e investimentos de longo prazo, além de dar transparência em nossos reportes;
* Ampliar o alcance de negócios que promovam a inclusão e orientação financeira na região;
* Articular e apoiar a implantação do sistema informatizado de registro de regularização fundiária;
* Articular a criação de um fundo para atores e lideranças locais que trabalhem em projetos de desenvolvimento socioeconômico na região;
* Atrair investimentos que promovam parcerias e o desenvolvimento de tecnologias que impulsionem a bioeconomia.
Apesar de toda a disposição em dar apoio às medidas do governo, os banqueiros reforçaram a grande preocupação dos investidores, em especial, os estrangeiros, em alocarem recursos para o Brasil diante da atual política ambiental do governo, vista como incentivadora do desmatamento.
Brasília, 18h09min