“Assim que terminou o jogo do Brasil, corri para o posto. Estava com o tanque vazio. E dei sorte. Paguei R$ 4,159 por litro. No dia anterior, estava R$ 4,189. Caiu pouco, mas, para mim, já faz uma diferença”, diz o agrônomo João Carlos Silva, 35 anos. Para ele, ainda há espaço para que os preços dos combustíveis caiam mais.
Levantamento do Correio mostra que, desde 12 de junho, a Petrobras reduziu o valor da gasolina em 6,23% nas refinarias. Mas, na média, os preços dos combustíveis nas bombas recuaram apenas 2,5%. Ou seja, os postos estão absorvendo parte do barateamento dos combustíveis nas refinarias para ampliar as margens de lucro.
No Setor de Indústrias Gráficas (SIG), também os postos diminuíram os preços da gasolina nas bombas. Os valores baixaram de R$ 4,549 para R$ 4,489 o litro. Segundo um gerente de um dos postos, “a determinação é segurar um pouco do repasse da queda dos preços nas refinarias para cobrir parte das perdas acumuladas durante a greve dos caminhoneiros”.
Durante a greve, por sinal, os postos abusaram. Alguns chegaram a vender gasolina por R$ 10 o litro. Foi preciso uma gritaria dos motoristas para que os excessos fossem combatidos. O Procon multou vários estabelecimentos. Para ajudar a derrubar os preços nas bombas, o Governo do Distrito Federal reduziu o valor de referência para a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A dica dos especialistas é para que os consumidores pesquisem bem antes de encher o tanque. Não se pode desprezar os preços mais baixos sob a alegação de que a diferença nas bombas é de centavos. Ao priorizarem combustíveis mais baratos, os motoristas incentivam a concorrência.
Brasília, 15h18min