Moody’s está mais otimista com Brasil do que FMI

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ROSANA HESSEL

A agência de classificação de risco norte-americana Moody’s está levemente mais otimista que o Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação à economia brasileira. A entidade revisou as projeções devido aos impactos da pandemia da Covid-19 na economia global e agora prevê retração de 5,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em 2020, e expansão de 3,3%, em 2021. Já o Fundo, estima tombo na atividade nacional de 5,3%, em 2020, e alta de 2,9%, no ano que vem.

As previsões da agência para o crescimento do país eram de 1,8%, em 2020, e de 3%, em 2021. A instituição ainda prevê que a economia dos Estados Unidos deverá encolher 5,7% e a China crescerá apenas 1%. Em 2021, a expansão nesses dois países será de 4,5% e de 7,1%, respectivamente.

As novas projeções fazem parte de relatório da Moody’s sobre as perspectivas para o G20, grupo das 19 maiores economias economias do planeta, mais a União Europeia, divulgado nesta terça-feira (28/04). A agência estima retração de 1%, nos países emergentes, e de 5,8%, nos desenvolvidos, neste ano.

Entre as nações em desenvolvimento, o México deverá registrar a maior taxa de queda, de 7%, em 2020. Já a Itália está com a pior previsão para o PIB, com retração de 8,2%. “A crise do coronavírus terá ramificações para a integração da economia mundial e as relações comerciais no longo prazo. É provável que alguns países incentivem a produção doméstica de equipamentos médicos e outros bens essenciais”, destacou o relatório.

Ao atualizar as projeções, a Moody’s informou que calcula “danos graves à economia real, com o potencial de o choque rapidamente se transformar em uma profunda crise financeira que seria muito pior em escala e escopo do que a crise financeira global de 2008-2009”. “Esse choque pode mudar fundamentalmente os padrões de consumo, como viagens, que podem levar a uma reorganização em larga escala das estruturas econômicas ao longo do tempo. É provável que haja uma grande destruição em setores como lazer, hospitalidade, viagens e varejo.”

Petróleo em queda

Em outro relatório divulgado hoje, a Moody’s reforçou que a recessão global vai manter os preços do petróleo baixos até 2021. A agência prevê que o barril do West Texas Intermediate (WTI), referência do mercado dos Estados Unidos, deverá encerrar o ano a US$ 30, passando para US$ 40, em 2021. Já o petróleo tipo Brent, negociado em Londres e padrão para o mercado internacional, inclusive, o do Brasil, ficará em US$ 35 o barril, neste ano, e em US$ 45, no ano que vem, devido à fraca demanda.

“Os preços de curto prazo continuarão excepcionalmente baixos até que a produção caia o suficiente para aliviar a pressão sobre as instalações de armazenamento que já operam com capacidade quase total”, comentou Elena Nadtotchi, vice-presidente sênior de crédito da Moody’s. “Ajustes significativos da oferta no devido tempo devem ajudar a equilibrar o mercado no final de 2020, mas o ritmo do reequilíbrio do mercado e do aumento dos preços do petróleo dependerá da recuperação da demanda”, complementou.

Veja abaixo as novas projeções da Moody’s para o G20:

Vicente Nunes