Modernização na “joia da coroa” do agronegócio

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RODOLFO COSTA

A mudança na Presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem por objetivo modernizar e buscar um modelo moderno de gestão na estatal. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu a necessidade de “mudar o modelo da Embrapa” nesta quarta-feira (17/7) em defesa à necessidade em dar um “novo olhar” para a empresa. As modificações vinham sendo dialogas há algum tempo e foram concretizadas com a demissão de Sebastião Barbosa.

A Embrapa é considerada pela ministra uma das “três joias da coroa”, junto com a Petrobras e a Embraer. No entanto, avalia que a empresa precisa ser revitalizada e ter novos rumos.  Barbosa entrou dois meses antes do fim do governo Temer, e o ministério concluiu que precisa fazer a mudança agora. Dia 27, haverá a mudança da diretoria da empresa, e o ministério vai indicar uma diretoria mais afinada com o modelo de gestão almejado.

O respeito a Barbosa se mantém. Tereza foi elegante e manifestou respeito pelo agora ex-presidente da Embrapa. Limitou-se a manifestar que é uma pessoa do bem e que a vontade da pasta era dar outra orientação à estatal. A defesa é por mais agilidade nas atividades exercidas, como cobrou o presidente Jair Bolsonaro, ao pedir uma “repotencialização”. A Embrapa tem um orçamento volumoso, mas 80% vai para o pagamento da folha.

Agilidade

A modernização, assim, visa maior otimização, eficácia e produtividade da empresa. A ministra, no entanto, garantiu que o ministério sequer cogita a possibilidade de privatizar a Embrapa. “O que a gente quer é dar agilidade. Enxugar algumas coisas, mexer na área administrativa. Existem 47 centros (de pesquisa) hoje. A pesquisa funciona maravilhosamente bem. Nós queremos atuar é na gestão da empresa”, declarou.

A ministra garantiu que não existem conversas em andamento para indicação de um general para presidir a companhia e que o Bolsonaro em nenhum momento disse isso a ela. A ideia é promover uma seleção pública e ver qual a melhor proposta para, depois, indicar o melhor nome. Até lá, Celso Moretti, atual diretor da empresa, vai fazer a transição. “Nós vamos fazer tudo com muita calma”, disse a ministra. “Vamos fazer uma sugestão de nomes e, não necessariamente, será um pesquisador da Embrapa, pode ser e pode não ser”, ponderou.

O objetivo, reforçou, é fazer a Embrapa, a “joia da coroa”, “brilhar”. “Ela está meio opaca. A finalidade é que o resultado seja bom. Aceito sugestões para que a gente faça uma Embrapa mais atualizada. Nós temos que trabalhar em rede, temos que trabalhar com as universidades federais. Temos aí startups, que com R$ 10 mil fazem transformações. O mundo está evoluindo muito rápido e nós vamos evoluir também. O Brasil estava muito fechado e nós estamos num caminho de modernização”, declarou.

Vicente Nunes