ROSANA HESSEL
Em meio aos fortes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro, 68% dos eleitores confiam nas urnas eletrônicas, de acordo com a edição de julho da Pesquisa Modalmais/Futura divulgada nesta quinta-feira (28/7). É a primeira vez que essa pergunta foi incluída no questionário da enquete eleitoral.
O levantamento, que ouviu 2.000 pessoas entre os dias 21 e 25 de julho por telefone, tem margem de 2,2 pontos percentuais. Outros 28,1% responderam que não confiam no sistema de urnas eletrônicas, ao contrário do que vários países, inclusive os Estados Unidos — que chegaram a afirmar que o Brasil é “modelo para o mundo”.
A nova edição da pesquisa feita pela Futura Inteligência para o banco digital Modalmais revela que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) estão embolados no primeiro turno das eleições deste ano, mas Lula continua na liderança em um eventual segundo turno.
A avaliação ruim e péssima do governo atual continua elevada manteve-se em 38,5% — mesmo percentual da pesquisa de junho. Já o percentual de quem considera o governo ótimo e bom aumentou, passando de 29,8%, em junho, para 32,3%, em julho. A fatia do eleitorado que avalia a gestão atual regular passou de 28,9% para 26,8% na mesma base de comparação. Vale lembrar que apenas a avaliação ruim e péssima de Bolsonaro é pior do que a do governo: 43,8%.
Outra constatação interessante da pesquisa é que o pacote de benefícios aprovado pelo Congresso com a PEC Kamikaze, reduzindo os tributos sobre combustíveis e aumentando o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 a partir deste mês até dezembro, não deve ter impacto no voto dos eleitores. Apenas 8% deles disseram que mudariam o voto por conta disso. Outros 88,1% responderam que não mudam o voto, segundo o levantamento.
Preocupações do eleitor
Conforme dados da pesquisa, a maior preocupação dos entrevistados é a reeleição de Bolsonaro. Para 43,8% dos eleitores o que eles mis temem é a continuação do atual governo. Outros 40,1% acham que a maior preocupação é a volta do PT ao poder. E 7,1% responderam que os dois preocupam.
Para os eleitores, a maior prioridade do governo e que vem crescendo deveria ser o combate à fome, item citado por 25,2% dos entrevistados. Em segundo lugar a prioridade citada é melhorar a saúde pública e em terceiro, reduzir o emprego, com 15%. Na sequência: melhorar a educação pública (14,8%), combater a corrupção (14,15%), reduzir a violência (5,3%) e reduzir a inflação (4,2%).
Na pesquisa de junho, as prioridades eram: combater a fome (23,7%), melhorar a educação (16,1), melhorar a saúde pública (15,4%), combater a corrução (15,1%), reduzir o desemprego (14,9%), combater a inflação (5,9%) e reduzir a violência (4,4%).