Apesar da forte gritaria contrária de analistas do mercado financeiro, o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse hoje, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que a aprovação dos projetos de lei que estão tramitando na casa, garantindo reajustes a várias carreiras de servidores, é muito importante. O governo, como mostrou hoje o Correio, deve encaminhar ainda nesta quarta-feira ao Congresso outros projetos de lei propondo aumentos a servidores da Receita Federal, que haviam assinado acordo no início de maio com a administração de Dilma Rousseff, e a policiais federais e rodoviários, que assinaram os reajustes no apagar das luzes do governo petista.
O ministro destacou que, no geral, os projetos de lei prevendo aumentos de salários estão em linha com o ajuste fiscal. O custo total dos reajustes, incluindo a contribuição previdenciária, será de R$ 68,7 bilhões até 2018. Descontadas as contribuições, o impacto será de R$ 62,7 bilhões, representando alta de 8,2% na folha de salários. “Isso não é pouco, mas diria que é razoável, aceitável dentro do que estamos trabalhando em termos de ajuste fiscal”, disse. Ele ressaltou ainda que há várias outras despesas que estão aumentando de maneira excessiva, como os auxílios-doença, mas tudo está sendo olhado.
Pelos cálculos do ministro, como os reajustes do funcionalismo começará em agosto, o custo extra para o Tesouro Nacional neste ano será de R$ 6 bilhões. O impacto aumentará muito ao longo dos anos seguintes. Há carreiras, como a do Judiciário, que terão aumentos até 2019. Com isso, o custo total da correção salarial chegará a quase R$ 100 bilhões.
Apesar desse custo elevado, Oliveira afirmou que os servidores vêm tendo aumentos menores do que os trabalhadores da iniciativa privada. Segundo ele, entre 2011 e 2015, o reajuste médio do funcionalismo foi de 18%, contra 49,2% dados aos empregados do setor privado e inflação acumulada no período de 40,6%.
“Foi uma das poucas despesas que foram razoavelmente estabilizadas nesse período. Os servidores tiveram ajuste abaixo da inflação na média e abaixo do setor privado. É uma história que precisa ser levada em consideração por essa casa. As projeções para frente mostram que, mesmo com esses projetos que estão tramitando, teremos nos próximos anos estabilidade” assinalou Oliveira.
Brasília, 11h25min