Doutora em economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestre, também em economia, pela Universidade de São Paulo (USP), Luciana torna-se a terceira mulher a comandar o órgão – a primeira foi Aspásia Camargo, entre 1993 e 1995; a segunda, Vanessa Petrelli Corrêa, presidente interina em 2012 – e a primeira mulher negra no comando da instituição criada em 1964 como escritório de pesquisa aplicada da pasta recriada pelo novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O nosso ministério alcançou a paridade, nos institutos a mesma coisa. Entre outras coisas, Luciana tem mestrado e doutorado. Não foi chamada por mim por ser mulher, foi chamada pela competência dela. Ela é especializada (em estudos) na área de saúde, que é o grande gargalo pós pandemia”, afirmou Tebet, em nota divulgada pela pasta. Segundo o comunicado, a ministra ressaltou que escolha foi pela competência e pela experiência área da saúde.
“Faz parte da história do Ipea ajudar com os planos nacionais, ajudar na dimensão estratégica desses planos. A diversidade no Ipea é imensa, com várias áreas e várias capacidades, que permitem aportar esse conhecimento para o planejamento, o orçamento e a avaliação de políticas públicas”, afirmou a nova presidente do instituto na mesma nota.
Em entrevista ao Correio, nesta semana, Tebet informou que estava analisando currículos e procurava escolher uma mulher para comentar o Ipea ou o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ficam sob a pasta comandada pela ministra e que ainda está em fase de formatação, voltando a existir a partir do dia 24. A chefe do Planejamento destacou que buscou equilibrar o comando da pasta preservando a diversidade de gênero com três mulheres, incluindo ela, e três homens nos principais cargos de chefia.
Funcionária do Ipea desde 1998, Luciana vinha trabalhando em projetos focados na saúde, como “Avaliação de políticas de saúde”, “Prioriza SUS”, “Contas SHA para o Brasil” e “Conta Satélite de Saúde”.
A pesquisadora também é coautora de relatórios do Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (CMAP), de um estudo sobre a demanda e a oferta de leitos hospitalares e equipamentos de ventilação assistida no contexto da pandemia de Covid-19 e de um trabalho sobre o gasto dos municípios em atenção primária à saúde no Brasil.