No ano passado, eles haviam firmado um termo de ciência e compromisso com o MPF, garantindo que não atrapalhariam as investigações, o que levou à suspensão de medidas, como o bloqueio de bens, pela Justiça. O MPF entende, porém, que o termo estava sendo descumprido e, no início do mês de março, pediu a volta das medidas restritivas, como a retenção de R$ 3,8 bilhões equivalentes a prejuízos causados a fundos de pesão.
Na avaliação do Ministério Público Joesley Batista estaria violando “os deveres anexos à boa-fé processual”, o que o empresário nega de forma veemente. No início do mês, o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, do Distrito Federal, pediu à Justiça que proibisse os dois investigados de se falarem, o bloqueio das ações de Joesley na J&F; o bloqueio dos bens, ativos, contas bancárias, títulos mobiliários e investimentos de Joesley e Grubisich no valor de até R$ 3,8 bilhões e a suspensão de qualquer função de direção de ambos nas empresas.
À época, o procurador disse que a J&F formou um grupo para uma auditoria independente com pessoas envolvidas nas investigações, entre elas o próprio Grubisich, acabando com qualquer credibilidade do processo. Para ele, a auditoria serviu, na verdade, para omitir erros e ilicitudes cometidos anteriormente. O MP destacou ainda que teria havido uma manobra para favorecer um outro envolvido nas investigações, Mario Celso Lopes, da Eucalipto Brasil, com o objetivo “de comprar o seu silêncio”. Mario Celso era sócio de Joesley na Eldorado, empresa que ajudou a fundar.
Brasília, 19h30min