O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação pública na 2ª Vara Federal Cível e Criminal de Uberlândia exigindo o retorno imediato dos médicos peritos ao trabalho. Apesar da reabertura das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), esses profissionais se recusam a atender a população.
Os mais prejudicados com a radicalização dos médicos peritos são os trabalhadores que estão com processos de avaliação pendentes, a maioria, sem renda alguma. Segundo o INSS, são mais de 700 mil processos parados em todo o país. Há relatos de desespero de quem precisa ser atendido.
Os médicos peritos alegam que o INSS não está oferecendo as condições necessárias para que se protejam contra a pandemia do novo coronavírus. Mas, tanto o secretário especial de Trabalho e Previdência, Bruno Bianco, quanto o presidente do INSS, Leonardo Rolim, garantem que todos os instrumentos de proteção foram oferecidos.
A percepção entre os trabalhadores que dependem do INSS é de que os médicos peritos estão fazendo um movimento infundado, possivelmente, político. Não estão se importando com as agruras de quem depende de perícia está passando. Os salários dos médicos peritos estão garantidos.
Na ação movida pelo Ministério Público Federal fica claro os abusos cometidos pelos médicos peritos contra a população. Os promotores reconhecem os riscos da pandemia da covid-19, mas os servidores muito bem pagos pelo INSS não são diferentes dos profissionais da área de saúde que estão na linha de frente e pegaram o pior da crise provocada pelo novo coronavírus.
Caso a Justiça acate o pedido do Ministério Público, os médicos peritos terão que voltar ao trabalho imediatamente. Não é possível, segundo os autores da ação, que os trabalhadores sejam submetidos à tanta humilhação diária para ser atendidos. Muitos, por desespero, foram aos postos do INSS em busca de atendimento, mas tiveram que voltar para casa sem qualquer garantia de quando terão os problemas resolvidos.
Brasília, 14h01min