O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que liderou o processo de combate ao cartel dos combustíveis na capital do país, diz que o trabalho para ampliar a concorrência entre os postos só está no começo. “Ainda há muito por fazer”, diz um integrante do órgão.
Ele reconhece que ver os preços da gasolina em R$ 3,44 em alguns postos do DF é uma vitória. Trata-se do menor valor em pelo menos um ano. E, melhor: o combustível mais barato está ajudando a derrubar a inflação em Brasília.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o DF acumula, no ano, a menor taxa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) entre as 11 capitais pesquisadas. Enquanto a inflação em Brasília, até julho, está em 3,35%, a média do país é de 5,19%.
Mas é cedo para comemorar, afirma o MPDFT. Os brasilienses foram muito prejudicados nos últimos 10 anos. Estima-se que, ao praticarem preços da gasolina 20% acima do que seria normal, os postos embolsaram R$ 1 bilhão a mais por ano. O maior grupo dono de postos, o Cascol, está sob intervenção, com um administrador nomeado pelo Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência ( Cade).
Por meio de nota, o Cascol Combustíveis informa que a Operação Dubai, que desbaratou a máfia dos combustíveis no DF, ainda está em andamento e “tem certeza de que, ao final, ficará demonstrado que não houve a prática de qualquer ato ilícito por parte da empresa ou de seus representantes”.
Brasília, 10h30min