Na tentativa de responder mais rápido à demanda do governo, evitar mais debandadas da equipe e conter o tiroteio do qual está sendo alvo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu a seu secretário executivo da pasta, Marcelo Guaranys, que acelere a reestruturação da pasta, considerada emperrada demais pela sobreposição de funções. Esse projeto vem sendo desenhado desde o fim do ano passado.
Não será, porém, um processo fácil, dadas às vaidades que imperam no ministério. Há secretários que agem como se fossem o próprio ministro e não aceitam perder poder. “Isso, porém, não será problema para o ministro. Ele atropela quem estiver criando dificuldades”, diz um integrando da Economia a par das mudanças que estão sendo pensadas. “Estamos falando de uma estrutura resultante da fusão de cinco ministérios. Tem que corrigir o que está criando dificuldade”, acrescenta.
Já foram identificadas, por exemplo, sobreposições entre a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, chefiada por Carlos da Costa, e a Secretaria Especial de Desestatização, agora, comandada por Diogo Mac Cord – ele substituiu Salim Mattar. Outros pontos de conflitos envolvem a secretaria de Carlos da Costa e a de Previdência e Trabalho, chefiada por Bruno Bianco. “Temos visto muita coisa se sobrepondo. E, em vez de decidir, tudo fica emperrado”, ressalta o mesmo técnico.
Ciente de que precisa reagir, Guedes retomou as reuniões semanais com seus secretários especiais e assessores mais próximos – esses encontros haviam sido suspensos por causa da pandemia. O desta segunda-feira será virtual, mas importante para que o ministro unifique o discurso e contenha qualquer movimento de disputa interna por mais espaço. “Sabemos que, quando há mudanças em equipes, sempre aparece alguém querendo ocupar mais espaço. Esse não é o momento para egos inflados. O Ministério da Economia está sob ataque e precisa de união”, afirma o mesmo técnico.
Brasília, 23h51min