Não será tarefa fácil para o governo levar adiante a proposta de incluir os militares na reforma da Previdência. E o primeiro embate já está marcado. Na segunda-feira, representantes do Ministério da Defesa se reunirão com o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano. O descontentamento é grande nas Forças Armadas.
A meta do governo é criar um sistema previdenciário único, reunindo trabalhadores da iniciativa privada, servidores públicos e militares. Mas integrantes das Forças Armadas alegam que não há como terem o mesmo tratamento, dadas as especificidades da categoria. O governo diz que não há como manter tudo do jeito que está, uma vez que os militares são responsáveis por quase a metade do rombo do sistema de previdência do setor público, que encosta nos R$ 70 bilhões por ano.
No Ministério da Fazenda, assessores de Henrique Meirelles reconhecem que a gritaria crescerá muito à medida que as propostas de reformas forem sendo apresentadas. Mas asseguram que não haverá recuos. O governo admite negociar regras de transição. Contudo, as mudanças serão inevitáveis diante do rombo das contas públicas. Somente neste ano, juntando os três sistemas previdenciários (INSS, servidores federais e militares), o defict será de quase R$ 220 bilhões.
Brasília, 00h15min