Meta de 2017 evitará “erros grosseiros” da equipe de Dilma, dizem assessores de Meirelles

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Os números a serem apresentados hoje à noite ao presidente interino, Michel Temer, pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para definir a meta fiscal de 2017 já estão praticamente fechados e apontam para deficit entre R$ 150 bilhões e R$ 155 bilhões. Segundo integrantes da equipe econômica, tudo foi feito com base técnica, sem “chutes”, como se tornou comum na gestão de Dilma Rousseff.

 

A bagunça era tamanha que as receitas eram infladas sem nenhum tipo de garantia, apenas para acomodar mais despesas. Na meta deste ano, rombo de R$ 170,5 bilhões, as receitas foram infladas em R$ 176,5 bilhões e as despesas obrigatória subestimadas em R$ 40,8 bilhões.

 

Nem mesmo nos tempos de Joaquim Levy à frente da Fazenda os números eram confiáveis. O então ministro disse que faria um grande ajuste do abono salarial. Mas, na verdade, fez apenas o adiamento de despesas. O abono sempre foi pago entre julho e outubro. Levy, estendeu o período de pagamento entre julho e março. Com isso, empurrou, de 2015 para 2016, R$ 9 bilhões em despesas. Assim, os gastos de 2015 ficaram em R$ 44,5 bilhões e os de 2016 somarão R$ 59,9 bilhões. Os técnicos da Fazenda lembram ainda que as únicas despesas que Levy cortou foram os investimentos públicos, que, entre 2014 e o ano passado, caíram de R$ 77 bilhões para R$ 55 bilhões.

 

Com Dilma, o governo maquiou, inclusive, restos a pagar de gastos obrigatórios. Assim, empurrou R$ 10,8 bilhões para 2016. No caso das tarifas bancárias, que custam cerca de R$ 600 milhões por ano (quase todo esse dinheiro vai para a Caixa Econômica Federal e para o Banco do Brasil), os pagamentos estavam atrasados há quatro anos e vão consumir, em 2016, R$ 2,6 bilhões.

 

“Tudo isso serviu de exemplo para que não caíssemos na mesma armadilha ao fecharmos o deficit de 2017”, diz um técnico da Fazenda. “O rombo previsto para o ano que vem é alto, mas está limpo de maquiagens. Pode haver gritaria contra, mas, pelo menos, estamos tirando as contas públicas do campo da ilusão”, acrescenta.

 

Brasília, 14h38min