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cartórios Crédito: Lucas Pacífico/CB/D.A Press. cartórios

Mercados reagem mal à ação de Fed e desabam mundo afora

Publicado em Economia

O que deveria ser visto como uma boa notícia, a drástica redução dos juros pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, em ação coordenada com os principais bancos centrais do mundo, provocou uma nova onda de pânico nos mercados mundiais.

 

O desconforto foi tão grande, que os mercados futuros de ações de Nova York desabaram. O índice Dow Jones, um dos principais indicadores da Bolsa de Nova York, despencou 1 mil pontos (mais de 4%), atingindo seu limite de baixa. Os investidores ficaram assustados. Viram como um ato de desespero o movimento do Fed e dos demais BCs para reduzir os impactos do novo coronavírus na economia.

 

A percepção é de que o impacto do coronavírus na economia será muito maior do que está se imaginando, com as principais economias do planeta praticamente parando. Ou seja, a recessão global já está contratada. E não livrará nenhum país, nem o Brasil, onde o presidente da República, Jair Bolsonaro, parece alheio à realidade.

 

Questão fiscal

 

Para André Perfeito, economista-chefe da Necton, a decisão do Fed é “desastrosa”, pois mais confunde do que esclarece as dúvidas de todos. No entender dele, ações de política monetária trazem mais ruídos do que solução. O problema agora, acredita ele, é fiscal. Os governo precisam agir para manter a economia funcionando.

 

Ele diz que governos e bancos centrais precisam salvar vidas e fazer com que recursos liberados cheguem diretamente às empresas, que estão fechando as portas sem perspectiva de retomada dos negócios enquanto a pandemia do novo coronavírus não for controlada.

 

Esse debate, por sinal, está se acirrando no Brasil. Um ala de economistas diz que o governo deve acelerar os gastos neste momento, para ocupar o espaço que será deixado pelo setor privado no auge da crise provocada pelo novo coronavírus. Cogita-se, inclusive, o afrouxamento da meta fiscal, que prevê deficit de R$ 124,1 bilhões neste ano.

 

O problema é que o ministro da Economia, Paulo Guedes, é totalmente contrário ao aumento de despesas do governo. Os economistas que compartilham da visão do ministro dizem que relaxar a meta fiscal neste momento pode custar caro ao país, pois, mais à frente, obrigará o Banco Central a elevar os juros.

 

Brasília, 20h58min