Mercado reage mal à reforma da Previdência desidratada

Publicado em Economia

ANTONIO TEMÓTEO

 

A perspectiva de que o governo Michel Temer aprove uma reforma da Previdência desidratada, apenas com idade mínima e uma regra de transição mais suave desanimou os investidores. A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) acumula queda de 3,7% nos primeiros 13 dias de novembro e opera hoje em queda. Até às 15h00 registrava queda de 1,41%, aos 71.450 pontos.

 

A renúncia do deputado tucano Bruno Araújo (PE) do Ministério das Cidades animou parte do mercado no fim do dia de ontem. Alguns avaliaram que a decisão do parlamentar poderia apressar o desembarque do PSDB do governo e facilitar as negociações para aprovar uma reforma mais robusta. Entretanto, as apostas dos analistas estão dividas. A evolução positiva da economia dos Estados Unidos também tem pressionado os fluxos de capitais para emergentes.

 

O sócio da Vokin Investimentos, Guilherme Macedo, explica que o mercado precificava uma reforma  mais robusta e nas últimas semanas ficou claro que não será possível. Ele detalhou que a medida teve reflexo imediato na curva de juros futuros que subiu mais do que a queda da bolsa de valores. “Estava mais otimista há um mês atrás e acreditava que a bolsa bateria 80 mil pontos. O que ficou claro é que o próximo presidente terá de endereçar o tema se não teremos inflação alta novamente”, disse.