Mercado mantém otimismo e Bolsa volta a subir com apostas no conservadorismo

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ROSANA HESSEL

Os agentes do mercado financeiro seguem otimistas nesta terça-feira (4/10), segundo dia após o primeiro turno das eleições de domingo. A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) iniciou o pregão no azul e chegou a ficar temporariamente acima de 117 mil pontos, embalada na expectativa de avanço do conservadorismo.

Logo após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), reeleito no primeiro turno, vir a Brasília para declarar apoio contundente ao presidente Jair Bolsonaro (PL), em frente ao Palácio do Alvorada, o Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da B3, avançava 0,90%, para 117.184 pontos.

“O mercado comprou ideia do conservadorismo. Discurso de Romeu Zema foi bem forte e contundente”, destacou Julio Hegedus, economista-chefe da Mirae Asset.

“O PT arruinou Minas Gerais. Herdamos R$ 30 bilhões de dívida. Pode perguntar aos 853 prefeitos. Tivemos prefeitos que renunciaram, adoeceram e suicidaram com a gestão do PT. O PT descontou folha do funcionário público e suspendeu fundo de assistência social. O PT diverge entre discurso e prática”, disse Zema, ao lado de Bolsonaro e apoiadores.

A B3, contudo, registrava uma alta mais modesta, de 0,74%, a 116.997 pontos pouco antes das 12h.

Ontem, a B3 abriu o dia em alta embalada pelo mercado externo e pelo resultado das urnas e encerrou o pregão com alta de 5,54%, a maior desde abril de 2020, com ações de estatais entre as maiores altas.

Nas eleições do último domingo, os eleitores brasileiros escolheram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro para disputarem o segundo turno, em 30 de outubro. Lula obteve 48,2% dos votos válidos e o atual presidente, 43,3%.

As bolsas internacionais seguem operando com altas, dando sequência à recuperação da véspera. Em Nova York, o Índice Dow Jones avançava 2,45%, em clima de otimismo de uma perspectiva de um processo de alta de juros mais gradual nos EUA. E, na Europa, Londres registrava alta de 2,32% e Paris subia 3,68%. O dólar comercial continuou em queda, e, por volta das 11h40, recuava 0,41%, cotado a R$ 5,15 para a venda.

Já o petróleo voltava a subir no mercado internacional, com o barril voltando a ficar acima de US$ 90, diante da possibilidade de o cartel da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) anunciar novo corte em mais de 1 milhão de barris por dia. Apesar disso, as ações da Petrobras registravam quedas em torno de 0,6%.

Vicente Nunes