Operadores de mercado refizeram as contas e acreditam que o novo piso para o dólar passou para a ser de R$ 3,30, com o Banco Central podendo usar o real forte para conter a inflação, que voltou a preocupar. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio cravou alta de 0,78%, a maior taxa para o mês desde 2008, e a primeira prévia de junho do Índice Geral de Preço — Mercado (IGP-M) chegou a 1,12%.
Na avaliação de especialistas, se o dólar continuar caindo, é possível que as expectativas para o preço da moeda norte-americana no fim do ano, que estão em R$ 3,68, caiam para algo entre R$ 3,35 e R$ 3,40, ajudando a reduzir as expectativas de inflação para este ano e, sobretudo, para 2017. Se esse quadro se confirmar nas próximas semanas, é possível que, a partir de agosto, o Banco Central comandado por Ilan Goldfajn se sinta mais confortável para começar a reduzir a taxa básica de juros (Selic), mantida em 14,25% ao ano.
Uma coisa, porém, está certo na cabeça de operadores e de analistas: o corte na Selic será bem menor do que o esperado. o discurso de Ilan de que o BC estará comprometido em levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%, o mais rapidamente possível, mostrou que ele não será tão “dovish” (complacente) em relação à carestia.
Brasília, 11h21min