Padovani reconhece que o câmbio está muito volátil, porque há muita cautela em relação ao contexto atual de incertezas provocadas pela pandemia do novo coronavírus. Contudo, há a consciência de que um dólar a R$ 5,80, como se observou semanas atrás, está descolado da realidade.
Para o economista, os fundamentos sugerem um dólar a R$ 4,50. E lista os motivos: a moeda norte-americana está caindo em todo o mundo, o euro está se valorizando, os preços das commodities estão em alta, o risco Brasil está em baixa e os juros no país vão subir.
Não é só: em novembro, as eleições nos Estados Unidos afastaram o risco de uma crise geopolítica com a vitória do democrata Joe Biden sobre Donald Trump e está sobrando dinheiro no mercado internacional, por causa dos pacotes de incentivos à economia nos Estados Unidos, na Europa e no Japão.
Esse fluxo de recursos está migrando para países emergentes, entre eles, o Brasil. Parte do dinheiro é especulativa, de curto prazo, mas há uma parcela que está mais tranquila porque o ministro da Economia, Paulo Guedes, está conseguindo brecar todas as loucuras que surgem no governo na área fiscal.
Nesta quinta, o dólar foi puxado para baixo, sobretudo, pela venda de contratos de swap cambial pelo Banco Central e por causa da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de avisar que está preparando o terreno para a alta da taxa básica de juros (Selic), há meses no piso de 2% ao ano. Juros mais altos atraem recursos de fora.
Brasília, 18h01min