Assustados com a crise política travada entre o governo e o Congresso, que pode travar a reforma da Previdência, analistas financeiros revisaram, drasticamente, as projeções de crescimento deste ano para baixo. Carlos Thadeu Filho, economista-chefe da Ativa Corretora, já fala em avanço de apenas 1% para o Produto Interno Bruto (PIB).
“Ainda estamos trabalhando com crescimento de 1,5%, mas, certamente, teremos que revisar esse número para baixo dependendo do que ocorrer com a reforma”, diz Thadeu Filho. Ele ressalta que o primeiro impacto da crise política foi a queda da confiança dos consumidores.
Nesta quinta-feira, 28 de março, o Banco Central informou que reviu para baixo a estimativa para o PIB: de 2,4% para 2%. O quadro traçado pelo BC, no entanto, já é considerado ultrapassado pelos especialistas. A autoridade monetária está otimista demais, dizem os analistas.
Não por acaso, o clima na equipe econômica é péssimo. O otimismo com a reforma da Previdência se esvaiu quase que por completo. Os técnicos admitem que, se o Congresso aprovar as propostas feitas pelo governo, a economia prevista será bem menor do que o R$ 1 trilhão esperado pelo ministro Paulo Guedes.
“O governo está praticamente parado”, diz um técnico da equipe econômica. “Estamos perto de completar 100 dias de governo e nenhum projeto para incrementar o crescimento econômico foi levado adiante”, acrescenta. “Com essa crise entre o governo e o Congresso, a situação tende a piorar muito”, emenda.
Brasília, 09h35min