O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou, falou, nos últimos dias. Prometeu que o governo não vai embarcar em nenhuma aventura na área fiscal. Mas, em vez de abraçarem o otimismo do ministro, o mercado derreteu. A Bolsa de Valores de São Paulo despencou e o dólar disparou.
Pois, nesta terça-feira (24/08), bastou o presidente da Câmara, Arthur Lira, dizer que o Congresso não patrocinará qualquer projeto que possa desequilibrar ainda mais as contas públicas para que os donos do dinheiro relaxassem. A Bovespa saltou 2,33%, voltando acima dos 120 mil pontos, e a moeda norte-americana cedeu 2,2%, para R$ 5,261.
Está claro para os investidores que o governo do qual Paulo Guedes faz parte está refém do Centrão, o grupo dos partidos mais fisiológicos do Congresso. Ou seja, qualquer assunto só vai andar na Câmara se tiver a benção de Lira. A retórica de Guedes, portanto, transformou-se em mera figuração.
Guedes, se quiser realmente ser ouvido pelos agentes financeiros, terá de contar sempre com o endosso do presidente da Câmara. É isso ou a desmoralização em praça pública.
Brasília, 19h13min