A derrota do governo na Câmara dos Deputados, que liberou os estados para darem reajustes a servidores e fazerem concursos públicos nos próximos dois anos, bateu fundo no Ministério da Fazenda.
Até o último instante, o ministro Henrique Meirelles articulou para que fosse mantida no projeto de renegociaçao das dívidas de estados a proibição para aumentos de salários e para a realização de seleções públicas. Prevaleceu a pressão de corporações, liderada pelo deputado Rogério Rosso (PSD-DF). O parlamentar, por sinal, será uma pedra no sapato do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que sofre com a inexperiência ao tocar projetos de interesse do governo.
Em nota, Meirelles tentou minimizar a derrota. ” Os deputados aprovaram o texto-base do projeto que define a renegociação das dívidas dos estados com a União, com o estabelecimento de um teto para o crescimento das despesas estaduais”, disse. Segundo ele, “Esse é o primeiro passo concreto do ajuste estrutural das despesas públicas brasileiras em décadas”.
Meirelles destacou ainda que “os governadores têm todos os instrumentos legais para garantir o teto das despesas dos Estados, condição necessária para o enquadramento de cada Estado nos termos da renegociação.” Para o ministro, o próximo projeto de ajuste a entrar em pauta na Câmara é o que define teto para as despesas federais.
Brasília, 09h40min