Por determinação do presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, acertam hoje um pacote de medidas para tentar reanimar a economia.
É uma forma que o governo encontrou para amenizar a pressão de empresários sobre a equipe econômica e, sobretudo, para se contrapor ao descontentamento das ruas diante do apoio do Planalto a Renan Calheiros, que venceu a queda de braço com o Supremo Tribunal Federal (STF) e se manteve na presidência do Senado.
O pacote de medidas de incentivos à economia não será ambicioso, mas o governo acredita que já será um fato positivo. A ideia é dar estímulos ao setor produtivo, liberar mais crédito às micro e pequenas empresas e facilitar a renegociação de dívidas das grandes companhias.
Os empresários querem que o Banco Central libere depósitos compulsórios para tal finalidade, como revelou Temer ao Blog no último domingo.
O problema é que o presidente do BC é contra essa medida. Ele diz que o sistema financeiro está bastante líquido, ou seja, tem dinheiro de sobra para emprestar. “Temos que pensar se medidas como essa têm utilidade”, afirma.
O mais importante para a retomada, destaca Ilan, é a queda da inflação, que permitirá a redução mais rápida da taxa básica de juros (Selic). A expectativa é de que o BC corte mais 0,5 ponto percentual da (Selic) em janeiro.
Meirelles, no entanto, tentará chegar a uma meio termo com Ilan. A meta é atender aos apelos do Planalto por medidas positivas, que reduzam a ansiedade dos empresários, sem, ao mesmo tempo, comprometer a credibilidade da política econômica. Para Temer, é preciso ver a ansiedade do setor produtivo como natural.
Brasília, 09h30min