PAULO DE TARSO LYRA E NATÁLIA LAMBERT
O ano que pode assegurar a retomada do crescimento econômico brasileiro ou a continuidade do cenário de incertezas traz dois personagens centrais diretamente interessados no êxito do país: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Meirelles quer ser o candidato governista; e o tucano, que oscila aproximação e afastamento do presidente Michel Temer, também torce para que o país encontre o rumo.
Cada vez mais candidato, Meirelles participou de entregas de casas do programa Minha Casa Minha Vida ao lado do presidente Temer em Limeira e Americana, no interior de São Paulo. E, em Sorocaba, foi sozinho. Tudo para dar um verniz social ao ministro, já que o evento é financiado pela Caixa e coordenado pelo Ministério das Cidades. Ainda foi a estrela da propaganda de fim de ano do PSD, dizendo que “o país está atento contra a volta do populismo”.
Meirelles está tendo aulas com o marqueteiro do PMDB, Elsinho Mouco. Quer estar preparado se a oportunidade cair em seu colo.
Cuidar da casinha
Se a sorte bater à porta, Meirelles terá de definir quem vai sucedê-lo no ministério. E precisará negociar direitinho com a base de apoio no Congresso. Os deputados, por exemplo, rejeitam a troca pura e simples pelo atual número dois da Fazenda, Eduardo Guardia. Consideram-no com pouco traquejo político.
Engessado
A situação de Geraldo Alckmin é um pouco mais complicada. Primeiro, porque terá de disputar prévias internas com o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. Nada de assustar, mas atrasa o cronograma de viagens pelo país.
Engessado 2
Em todas as eleições recentes, o PSDB sempre se beneficiou dos votos do centro e da direita. Atualmente, está amarrado ao eleitorado de centro, já que o deputado federal Jair Bolsonaro vem puxando os simpatizantes da direita. Por isso, as dificuldades do tucano em decolar.
Aposta
Integrantes do mercado ainda apostam que, após tudo decantar, o candidato que sobrará será o tucano Geraldo Alckmin.
Brasília, 10h45min