Meirelles admite que Brasil terá, em 2017, o quarto ano seguido de rombo nas contas públicas

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POR PAULO SILVA PINTO

 

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu nesta manhã que o governo anunciará deficit primário em 2017 na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a ser enviada ao Congresso. Será o quarto ano seguido de rombo nas contas públicas. A projeção aponta para um buraco superior a R$ 100 bilhões.

 

Perguntado se um resultado positivo é difícil, o ministro assentiu, tomando cuidado para não usar o termo deficit. “Sim, um superavit, uma virada tão forte, depois de um deficit de R$ 170 bilhões, seria muito irrealista”, disse ele, após participar da abertura do Sexto Seminário Internacional do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

 

Segundo Meirelles, o governo está calculando cuidadosamente uma estimativa realista de resultado primário de 2017, que será apresentada ao Congresso na próxima semana. Assim como evitou falar em números para o rombo fiscal, o ministro não quis comentar sobre a meta de inflação para 2018, a ser anunciada nesta quinta-feira, 30, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que ele integra. A meta atual, que vem sendo descumprida sistematicamente, é de 4,5% ao ano.

 

É possível que o governo opte por uma meta mais baixa, de 4%, para forçar a queda mais rápida da inflação e reverter as estimativas pessimistas dos agentes econômicos. O Banco Central já vê a inflação em 4,2% nos 12 meses terminados em junho de 2018.