As críticas que começam a ganhar corpo diante da conivência da equipe econômica em relação à flexibilização do ajuste fiscal estão mexendo com os nervos do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Nos últimos dois dias, ele desandou a falar como forma de se defender. Tenta convencer os agentes econômicos de que o compromisso com a arrumação das contas públicas se mantém intacto.
Ontem à noite, ele convocou uma entrevista coletiva de última hora para dizer que as concessões feitas aos estados, por meio do projeto de renegociação de dívidas, em nada afetam a proposta que limita o aumento dos gastos à inflação do ano anterior.
Hoje, no fim da manhã, falou muito em um seminário no Rio, sempre se defendendo. Assim que desembarcou em Brasília, foi para o ministério e, na porta do órgão, aproveitou a presença dos jornalistas que o esperavam para mandar recados.
Não custa lembrar que Meirelles, quando estava incensado pelo mercado, se recusava a falar na portaria da Fazenda. Pode ser sinal de desespero, dizem seus detratores.