Medo, tristeza e raiva são sentimentos mais presentes em relação a Bolsonaro neste Sete de Setembro

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O presidente Jair Bolsanaro usou os últimos dois meses para tentar fazer do Sete de Setembro o seu dia de glória. Queria, porque queria, mostrar uma força que não tem. Pois bem: no terreno que mais domina, as redes sociais, as menções negativas contra ele continuaram acima de 60%, exatos 63%, segundo pesquisa da Modalmais com a AP Exata Alerta.

Segundo o levantamento, os sentimentos de medo (19,1%), tristeza (17,9%) e raiva (14,8%) se mantiveram como os mais presentes em posts que mencionam Bolsonaro. A confiança no presidente também não demonstrou recuperação e vem caindo desde novembro de 2020, quando a população começou a sentir no bolso o impacto da inflação.

Nesta terça-feira (07/09), o índice de pessoas que avaliam a gestão de Bolsonaro como ruim ou péssima ficou em 48,6%, outros 27,4% consideram o governo bom ou ótimo e 23,9%, como regular. No entender dos responsáveis pela pesquisa, a base de apoio a Bolsonaro o permitiu convocar a militância às ruas neste 7 de setembro. No entanto, é uma base que se fechou nela mesma.

O mesmo levantamento mostra que, após o presidente da República radicalizar sua fala sobre o Supremo Tribunal Federal e afirmar que não cumprirá decisões do ministro Alexandre de Moraes, o
impeachment dele voltou a ser muito mencionado nas redes. Mais: o #ForaBolsonaro veio acompanhado de pressão para que o presidente da Câmara, Arthur Lira, abra o processo de cassação.

Outro ponto importante mostrado pela pesquisa é que um golpe liderado por Bolsonaro é visto como possível. “Discute-se, dentro desse tema, a possibilidade de apoio das Forças Armadas e das Polícias Militares em uma suposta ruptura. Portanto, esse é o dilema das redes políticas do Brasil hoje. A democracia já não é algo entendido como sólido e, se antes era um ponto pacífico, hoje é questionada por suas fragilidades.”

Brasília, 21h01min

Vicente Nunes