O clima mais amistoso do mercado, que, em grande maioria, ainda aposta na vitória de Jair Bolsonaro (PSL), foi impulsionado por bancos estrangeiros, como o Bank of America Merrill Lynch, que soltaram relatórios recomendando investimentos no Brasil. O argumento é de que diminuiu, consideravelmente, o risco de políticas radicais na economia, qualquer que seja o vitorioso nas urnas em outubro.
Na cabeça dos investidores, as reações negativas do eleitorado a medidas consideradas equivocadas, como a recriação da CPMF — medida proposta por Paulo Guedes, economista da equipe de Bolsonaro — indicam que não há espaço para estripulias. Se, na última hora, os eleitores perceberem que estão realmente embarcando em aventuras perigosas, pularão antes do barco e se apegarão ao bom-senso.
Para os analistas, é importante que os próximos e últimos dias de campanha, que os candidatos exponham mais seus pontos de vista para a economia, inclusive com propostas que levem ao equilíbrio das contas públicas e recoloquem o Brasil na rota do crescimento. “Estamos falando de projeto de poder. Nenhum governo conseguirá se sustentar se trazer de volta a inflação e não combater, efetivamente, o desemprego”, explica um executivo de um grande banco.
Aquele que vencer as eleições certamente vai trabalhar pela reeleição. E isso exigirá responsabilidade fiscal. Apesar desse discurso, os investidores estão cientes de que, mesmo com o tempo curto para o pleito, muita coisa pode acontecer e mudar o curso da disputa. A declaração do general Mourão, vice de Bolsonaro, de que o 13º é um jabuticaba e deveria acabar tem força suficiente para derrubar uma candidatura.
Brasília, 17h15min