A demora na aprovação da reforma e, consequentemente, de uma aceleração no ritmo do ajuste fiscal, foi apontado pela S&P como argumento para o rebaixamento. Para Marun, a decisão apenas reforça a importância do trabalho feito pelo governo. “Esse rebaixamento nos entristece. Mas a verdade é que corrobora aquilo que nós e os setores lúcidos da sociedade já sabiam e dizemos há um bom tempo. Sem a reforma, não tem saída. Não existe futuro para o Brasil se nós não modernizarmos a nossa Previdência e transformá-la em uma Previdência mais justa e igual para todos os brasileiros”, afirmou Marun ao Blog nesta sexta-feira (12/1).
O auxiliar de Temer discorda, no entanto, que o rebaixamento reforce o argumento do governo pela aprovação da proposta. “Eu não vejo mais dúvidas em parlamentares quanto à necessidade da reforma. Tanto de situação, quanto de oposição, estão conscientes da necessidade. Uns são contrários porque são de oposição, e são contra o governo e o Brasil. Outros, porque têm um receio em relação a consequências negativas (que o voto pela reforma pode impactar) nas próximas eleições. O discurso está posto. Não vejo isso como um reforço”, avaliou.
Para as próximas semanas, Marun manterá as articulações com os líderes. Nos últimos dias, ele conversou com as lideranças aliadas por telefone, e deve manter o contato. Até agora, o balanço é otimista. “Eles nos dão o retorno daquilo que sentimos. Que, na base, ao contrário do que muitos pensávamos, já existe um clamor bem consistente pela aprovação da reforma”, disse.
O governo não conta, por hora, com um balanço atualizado do número de votos. A expectativa de Marun é que o Planalto tenha acesso a esses dados na última semana de janeiro. Havia uma previsão de que, em 15 de janeiro, próxima segunda-feira, a Secretaria de Governo tivesse os números. Mas foi postergado diante da previsão de uma ampla reunião do ministro com os líderes. “Ficou para a última semana para que nós possamos receber os parlamentares em Brasília em seu retorno (do recesso parlamentar), já com um quadro mais correto e atualizado dessa situação”, justificou.
Brasília, Brasília, 11h15min