Na conversa com Dyogo, Maria Silvia se disse cansada da forma como vinha sendo fritada dentro do governo, sobretudo pelo secretário-geral da Presidência da República, Moreira Franco. Ela também se queixou da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que representa o atraso entre o empresariado.
As queixas de Maria Silva foram tamanhas, que Dyogo soltou, em 13 de maio último, um dia depois da Operação Bullish, da Polícia Federal, uma nota em defesa dela e da instituição. Era uma forma de marcar posição, de mostrar que o banco estava blindado de interferências políticas. Dyogo garantiu a Maria Silvia que todas as decisões tomadas pelo banco seriam técnicas.
Maria Silvia ainda insistiu em continuar no governo, mas como o tiroteio continuou, por meio de notícias plantadas na imprensa, preferiu deixar o BNDES. Na carta de despedida que encaminhou aos funcionários do banco, a executiva alegou problemas pessoais para pedir demissão.
O clima dentro do banco é de perplexidade, porque Maria Silvia tinha conseguido dar uma nova cara à instituição, abrindo a caixa-preta que o banco havia se tornado durante os governos petistas. Para o presidente Michel Temer, a saída de Maria Silvia do BNDES é um baque, pois só estimula a desconfiança em relação ao futuro de sua administração.
Veja a nota divulgada pelo Planejamento:
“O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP) manifesta sua confiança na solidez do BNDES, no rigor técnico de suas análises e na importância da instituição para o desenvolvimento do país. Os empregados e a diretoria do Banco continuarão a colaborar com os esclarecimentos de fatos em apuração e demonstrarão, mais uma vez, a sua capacidade de prestar serviços relevantes ao país. O MP prestará todo apoio ao BNDES nesse processo.”
Brasília, 17h50min