“O país não tem condições de dar aumento real para o funcionalismo nem em 2018 e nem em 2019”, avisa Almeida, que abriu, na terça-feira, 3, o VI Fórum Jurídico de Lisboa, representando Henrique Meirelles, que se filiou ao MDB numa festa sem aliados.
Mansueto explica que, em plena crise, o funcionalismo obteve quatro anos de aumento real. “Agora, não faz sentido”, diz. Na palestra de abertura, o secretário não poupou o governo da presidente Dilma Rousseff e o de Agnelo Queiroz à frente do Distrito Federal, nesse caso, por causa da construção de um estádio que custou mais de R$ 1 bi. “A crise foi decorrente das escolhas erradas que fizemos enquanto sociedade.”
Aumento de salário é sempre uma guerra no governo. O presidente Michel Temer tentou adiar, de 2018 para 2019, o reajuste concedido a mais de 200 mil servidores da elite do Executivo. Alegou necessidade de ajuste fiscal. Mas esse argumento não foi acatado e uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu o reajuste.
A pressão maior por aumento salarial neste ano virá do chamado carreirão, grupo que reúne o grosso dos servidores federais. O carreirão havia fechado acordo durante o governo de Dilma para reajustes em 2016 e 2017. Neste ano, não levou nada. Portanto, vai exigir, pelo menos, a correção da inflação acumulada no período.
As movimentações nesse sentido já começaram. Mas o carreirão terá que se esforçar muito para garantir verbas para a correção salarial no Orçamento Geral da União, que deverá ser enviado ao Congresso até o fim de agosto. Será o primeiro Orçamento do próximo presidente da República.
Brasília, 15h01min