A mudança de Mansueto para o Tesouro foi acertada entre Guardia e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que continua dando as cartas no ministério. Meirelles quer usar a pasta a seu favor caso realmente seja o candidato do MDB à Presidência da República.
Durante o processo de mudanças na equipe econômica, Meirelles tentou fazer Mansueto ministro do Planejamento. Mas o então chefe da pasta, Dyogo Oliveira, com o apoio do senador Romero Jucá (MDB-RR), criou todo tipo de dificuldade para que Meirelles tivesse sucesso. O time do Planejamento não aceitava que Meirelles dominasse toda a equipe econômica.
Rebelião
Também na Fazenda houve uma rebelião contra Dyogo, que desejava substituir Meirelles. Os secretários nomeados por Meirelles ameaçaram renunciar aos cargos se o então chefe do Planejamento conseguisse seu intento. Dyogo acabou nomeado para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ao longo do governo de Michel Temer, Fazenda e Planejamento disputaram espaços. De início, acreditou-se que Meirelles dominaria as atenções. Aos poucos, porém, Dyogo, ainda interino, foi ocupando espaço com medidas populares que ajudaram a dar um novo gás à economia.
Uma dessas medidas foi a liberação de recursos de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Meirelles foi contra, mas Temer bancou a proposta, vital para dar fôlego ao consumo das famílias e estimular o Produto Interno Bruto (PIB).
A partir daí, Dyogo caiu nas graças de Temer. A Fazenda, porém, não conseguiu cumprir seu maior desafio: equacionar as contas públicas. O deficit fiscal continua preocupando e deve se estender até, pelo menos, 2021. Neste ano, o rombo previsto é de R$ 159 bilhões. Em 2019, deve ficar em R$ 139 bilhões.