ROSANA HESSEL
A queda de 0,68% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador do Instituto Brasileiro de Geografia que mede a inflação oficial teve impacto diferenciado entre as famílias brasileiras, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgados nesta sexta-feira (12/8). Tradicionalmente, quando a inflação sobe, os mais pobres são os que mais sentem no bolso a alta dos preços.
O indicador do órgão ligado ao Ministério da Economia mostrou que o impacto da deflação de julho ocorreu em todas as faixas de renda, entre as famílias de renda muito baixa, ele foi menor, de 0,34%. Já entre as famílias de renda média, a queda da inflação foi maior, de 0,85%. Nas famílias de renda alta, a deflação foi de 0,42%.
De acordo com o órgão, entre as famílias de baixa renda, apesar da queda de 5,8% e 0,36% dos custos de energia elétrica e do gás de botijão, a alta de preços observadas no grupo de alimentação e bebidas, que mais pesam no orçamento dos mais pobres, impediu um recuo ainda mais significativo para a inflação dessas famílias.
No acumulado deste ano, até julho, a inflação registra altas que variam de 4,60% (rendas média baixa e média alta) a 5,24% (renda alta), de acordo com o levantamento do Ipea comparando o impacto do IPCA por faixa de renda realizado por Maria Andréia Lameiras.