O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está acompanhando com toda a atenção os desdobramentos da queda de António Costa do cargo de primeiro-ministro de Portugal. Fontes do Blog garantem que os dois se falaram por telefone e o líder brasileiro disse ao amigo que tem a certeza da inocência dele em relação às acusações de corrupção e favorecimento feitas pelo Ministério Público.
Na avaliação do governo brasileiro, a demissão de Costa nas atuais circunstâncias abre um espaço significativo para o avanço da extrema-direita, que já se transformou na terceira força política de Portugal. As pesquisas mostram que, se as eleições fossem hoje, o Chega, do ultrarradical André Ventura, teria 14,6% dos votos, praticamente dobrando a bancada atual de 12 parlamentares.
Lula, por sinal, tomou trauma dos representantes do Chega, que promoveu um protesto no dia 25 de abril, quando o brasileiro discursou na Assembleia da República. O partido também promoveu uma passeata do lado de fora do Parlamento, que só não se transformou em pancadaria por causa da intervenção da polícia. Os extremistas estavam preparados para tocar fogo.
António Costa caiu por causa de denúncias de favorecimento a empresas que exploram lítio, matéria-prima usada, por exemplo, na fabricação de celulares, e de hidrogênio verde. Ele se disse inocente e que está à disposição da Justiça. Costa está no cargo desde novembro de 2015. O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, decidirá se convocará novas eleições.