Segundo o cientista político Felipe Nunes, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor a Quaest, pouco antes de desembarcar na Europa, em 5 de novembro, o ex-presidente estava em seu pior momento no IPD (outubro/novembro), com 36,1 pontos. Mas houve uma inversão e o petista cresceu 27,8 pontos.
O pesquisador ressalta que, apesar de ser ultrapassado por Lula, Bolsonaro continua como o mais popular nas redes. E se mantém em lugar de destaque nas menções graças a seu comportamento menos raivoso. “Esse estilo mais calado está contribuindo para manter Bolsonaro no pelotão de cima, sem grandes volatilidades, como costumava acontecer com ele no IPD nos últimos tempos”, analisa Nunes.
Gabinete do Ódio
Apesar de ver Lula como maior adversário nas eleições, Bolsonaro tem se preocupado demais com o forte crescimento de Sergio Moro. Não à toa, o vereador Carlos Bolsonaro escalou o Gabinete do Ódio para tentar abater o ex-juiz em pleno voo. Ele pode tirar muito votos do presidente.
Na terça-feira passada (16/11), quando o relatório foi concluído, Moro apareceu em terceiro lugar, com 30,7 pontos, à frente do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 28,9 pontos. A filiação ao Podemos e o discurso de pré-candidato à Presidência contribuíram para os bons resultados do ex-juiz, assinala o diretor da Quaest. Ciro, que tem uma forte estratégia nas redes, manteve-se no patamar entre 28 e 30 pontos.
“Moro assumiu a terceira colocação no IPD e teve uma evolução considerável, principalmente se lembrarmos que, no dia 25 de outubro, a pontuação dele era de 17,2. Sua candidatura tem chamado a atenção e gerado engajamento e mobilização digital”, avalia Felipe Nunes.
Para ele, “se isso vai se manter, é outra história. É bom lembrar que outros políticos já obtiveram performance similar em momentos específicos, mas nenhum deles conseguiu sustentar esse bom desempenho por muito tempo”.
Brasília, 15h41min